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A corrida é um exercício físico com participação popular crescente no mundo todo e tem comprovado impacto na vida e na sobrevida de seus praticantes. Corredores têm, em média, mais 3 anos de vida que não-corredores e costumam adotar estilo de vida mais saudável, somando forças na prevenção de doenças crônicas e do câncer.

Você sabe qual a maior causa de morte no mundo? Acertou se você respondeu que são as doenças cardiovasculares. Infarto e AVC (“derrame”) são responsáveis pelo maior número de óbitos no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Essas doenças costumam surgir na presença dos seguintes fatores de risco: pressão alta, tabagismo, diabetes, colesterol alto, sobrepeso/obesidade, histórico familiar de doença coronariana precoce e sedentarismo. Entre eles, o sedentarismo é relacionado à mortalidade por todas as causas em 9% dos casos.

Além disso, “ficar parado” está associada ao risco ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, como o câncer de intestino e o câncer de mama.

Embora já se saiba que o sedentarismo seja um importante fator de risco para a mortalidade cardiovascular e seja ple-na-men-te modificável, sua prevalência cresce em todo o mundo. No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), revelou que 62,1% dos brasileiros ≥15 anos não praticaram qualquer esporte ou atividade física no ano de 2015. Ou seja, a maioria dos brasileiros adultos não se mexe! 

Quem faz ao menos 150 minutos de exercícios moderados ou 75 minutos de exercícios intensos por semana não tem esse perigoso fator de risco! Essa é a recomendação mínima da OMS para você ser considerado ativo fisicamente. Ao exercitar-se, você previne ou controla os outros fatores de risco.

Sendo a corrida o exercício físico em questão, saiba que os estudos mostram maior longevidade entre os que correm! Corredores tiveram 30 a 45% menor mortalidade geral que sedentários não-corredores. O risco de morte por causa cardiovascular também é reduzido de 45 a 70%. Além disso, corredores têm 30 a 50% menos risco de câncer que não-corredores. Dá vontade contar para todo mundo, não dá?

A corrida poderia ser um gatilho para a mudança de estilo de vida?

Provavelmente, sim! Corredores tendem a modificar seus hábitos, convergindo em um estilo de vida saudável.

Pode reparar como o corredor costuma cuidar de sua saúde: frequentemente, preocupa-se com seu peso, reduz a ingesta de álcool e melhora a qualidade da sua alimentação. A corrida também ajuda a abandonar o tabagismo. É como se um ambiente favorável à adoção do estilo de vida saudável se instalasse!

Os desafios crescentes das provas e da autossuperação, somados à sociabilização (os amigos que se faz com a corrida!), também contribuem para a modificação do status de sedentarismo para status de “eu me cuido”.

Veja na figura os efeitos da corrida nos sistemas do organismo para aumento da longevidade.

Qual a dose benéfica da corrida na longevidade?

A literatura científica sustenta que uma maior redução de mortalidade é encontrada em volumes e intensidade moderados de corrida semanal. Não parece haver uma linearidade de maior benefício na longevidade quanto mais intensos ou com maior volume são os treinamentos. Alguns estudos demonstraram que a redução da mortalidade que ocorre em treinos moderados, é diminuída nos níveis mais intensos de treinamento. 

Qual seria, então, o limite superior da dose de corrida para benefício na longevidade? Não há evidência que suporte recomendação de limites de treinamento para indivíduos saudáveis. Mas os benefícios para a saúde e a longevidade já começam com doses mínimas de exercício por dia!

Intervenção individual e coletiva

O controle dos fatores de risco cardiovasculares na população mundial deveria guiar políticas de saúde pública, visando redução da mortalidade global. A corrida, como esporte amador, deve ser estimulada! A corrida é amplamente acessível, democrática e tem o potencial de promover saúde e mais longevidade individual (você!) e coletivamente (sua família, seu bairro, sua cidade!). Pratique a corrida e viva mais e melhor!

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